sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ferrugem Sanguínea

Enquanto progride a minha palidez

Uma viscosidade rubra jorra de uma vez
Esfacelando-se diante de meus olhos
Aos ventos se esvanecendo 
Enquanto aos poucos morrendo...

Dê-me toda sua cólera infecciosa

Limpe a sua preciosa alma
Enquanto me degrado para o seu mero agrado

Um estranho semblante familiar

Minha lembrança irá levar
O que perdera nada valia
Embora de valor era o que mais teria

Estaria numa epifania decadente

De um olhar não mais reluzente
Crente no padecer poente

Esvai-se a última gota

Agora jazida em dor amargurada
Devorada pela ferrugem ardente
Borrando de vez
A minha palidez...

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Limerência
Procurando memórias inexistentes
A que ponto chegamos?
Sempre esteve fora de alcance
Sempre se esforçando um pouco demais
Para obter os mesmos resultados


Sempre almejando o impossível
Se você pudesse ver o dia de amanhã
Você o tornaria melhor?
Ou faria o que quiser,Acabaria com tudo o que vier?
Desejo me sentir vivo mais uma vez
Mas fui deixado sozinho para arder na minha própria decadência

É tudo uma questão de perspectiva
Tentando achar uma razão para que viva
Cuspindo fogo de seus olhos

Observando a lenta interrupção
Do queimar escorrendo nas costas
Melhor conter a explosão que espalhá-la
E foi falhando que não pude evitar
Que eu parasse de me preocupar
Com o fato de que o tempo pra você parou
E de pranto estar nada adiantou
Foram lágrimas em vão

Debruço-me neste ombro que me apoiou
Me leve para longe daqui
Será tarde demais?

Ou me encontrarei
Afogando-me?Observo o sol se pondo
Lentamente...
Desaparecendo da minha visão
Até que a escuridão me cerque por completo

Devo aceitar tal amor
E ser engolido para arrancar as raízes deste ódio
Enquanto brincam de balançar a casa

Que trágico
Nem algo mágico
Poderia me salvar deste fatídico destino

Um mistério auto destrutivo
Uma noite de insônia
Um sonho inalcançável
Um vazio imensurável
Um fim nas próprias mãos